B.I.T.C.H.

Empoderamento e autenticidade em “B.I.T.C.H.” de Megan Thee Stallion

Em “B.I.T.C.H.”, Megan Thee Stallion ressignifica um termo historicamente usado para desqualificar mulheres, transformando-o em símbolo de autenticidade e poder feminino. Ao repetir “I'd rather be your B-I-T-C-H (I'd rather keep it real with ya)” (“Prefiro ser sua B-I-T-C-H (Prefiro ser verdadeira com você)”), ela assume o estigma, mas o utiliza como afirmação de sua honestidade e independência, recusando-se a ser controlada ou rotulada negativamente por ser quem é.

A música é inspirada diretamente por Tupac Shakur, especialmente pela faixa “Ratha Be Ya Nigga”, mas Megan inverte a perspectiva ao colocar a voz feminina no centro e exigir respeito e reciprocidade. Trechos como “You say you want respect, well, treat me how you wanna be treated” (“Você diz que quer respeito, então me trate como você gostaria de ser tratado”) e “You tryna make me somethin' that I ain't, and I ain't with that” (“Você está tentando me transformar em algo que não sou, e não aceito isso”) reforçam sua rejeição a padrões duplos e tentativas de moldá-la. O uso do sample de Bootsy's Rubber Band conecta a faixa à tradição do hip hop que valoriza autenticidade e força. Versos como “I got my mind on gettin' paid, we ain't spoke in some days” (“Estou focada em ganhar dinheiro, não nos falamos há dias”) destacam sua independência financeira e emocional. Assim, “B.I.T.C.H.” se consolida como um hino de autoafirmação, em que Megan desafia expectativas e reafirma seu valor, deixando claro que prefere ser chamada de “bitch” a abrir mão de sua verdade.