Scary (feat. Rico Nasty)

Poder e terror feminino em “Scary (feat. Rico Nasty)”

Em “Scary (feat. Rico Nasty)”, Megan Thee Stallion se apresenta como uma figura poderosa e intimidadora, usando referências ao universo do terror para reforçar sua autoconfiança. Ao se autodenominar “pesadelo de coxas grossas” e citar o “Candyman” — personagem que aparece quando seu nome é dito —, Megan mostra que sua presença é temida, especialmente entre suas rivais. As imagens de “túmulos, capangas e goblins” e a atmosfera inspirada em filmes de terror transformam sua confiança em algo quase sobrenatural, sugerindo que ela é incontrolável e dominante. A menção ao “White Ghost” (carro de luxo) que “parece Klu Klux” traz um duplo sentido: além de ostentar riqueza, Megan provoca ao associar sua imponência a algo que causa medo, subvertendo um símbolo de opressão em sinal de domínio próprio.

A participação de Rico Nasty intensifica o tom ameaçador e irreverente, com versos que misturam humor ácido e referências à cultura pop de terror, como “Grave Digger”, “zombie-ass bitch” e “Texas Chainsaw”. As duas artistas usam metáforas de horror para exaltar sua força, exclusividade e autonomia, como em “Red bottoms on my feet, Bloody Mary on my toes” (solas vermelhas nos meus pés, Bloody Mary nos meus dedos), unindo luxo e lenda urbana para mostrar que até o glamour delas é intimidador. O refrão, com “it get scary for you hoes” (fica assustador para vocês, vadias), deixa claro que a simples presença delas abala quem tenta competir. A música transforma o medo em símbolo de poder, celebrando a ousadia e a autoconfiança feminina.