Thot Shit

Empoderamento e provocação em “Thot Shit” de Megan Thee Stallion

Em “Thot Shit”, Megan Thee Stallion transforma insultos sexistas em símbolos de poder, ressignificando termos como “thot” e “hoe” para afirmar sua autonomia e orgulho. Ao repetir “hands on my knees, shakin' ass, on my thot shit” (“mãos nos joelhos, rebolando, fazendo meu thot shit”), ela desafia abertamente o julgamento moralista, especialmente de figuras conservadoras. Isso fica claro no videoclipe, onde mulheres confrontam um político crítico do trabalho de Megan, reforçando a crítica à hipocrisia e ao controle sobre corpos femininos.

A letra mistura sexualidade explícita, ostentação e referências à ascensão pessoal, como em “2021, finna graduate college” (“em 2021, vou me formar na faculdade”) e “I'm the shit per the Recording Academy” (“sou foda segundo a Recording Academy”), conectando sucesso acadêmico e reconhecimento profissional à sua identidade de mulher livre e poderosa. Metáforas como “pussy like crack, wanna hit it like dope” (“boceta como crack, querem usar como droga”) e “my pen a freak, it'll go after a bitch or a nigga” (“minha caneta é safada, ataca qualquer um”) reforçam tanto o duplo sentido sexual quanto a habilidade lírica da artista. O verso “they really puppets, so I really gotta go and Geppetto” (“eles são fantoches, então eu tenho que ser o Geppetto”) ironiza rivais que tentam imitá-la. O contexto da greve dos criadores negros no TikTok também aparece, já que Megan reivindica protagonismo e crédito por sua criatividade, recusando-se a ser silenciada ou explorada. “Thot Shit” se consolida como um manifesto de empoderamento, irreverência e domínio sobre a própria narrativa.