Holes

Desafios e nostalgia em “Holes” da Mercury Rev

Em “Holes”, da Mercury Rev, a letra explora como forças invisíveis e inevitáveis moldam a vida. A imagem das “long red lines” (“longas linhas vermelhas”) que controlam o fluxo dos “smoke like streams” (“fluxos como fumaça”) sugere que muitas vezes somos guiados por circunstâncias fora do nosso controle. O verso “big blue open sea that can't be crossed” (“grande mar azul aberto que não pode ser cruzado”) funciona como uma metáfora para obstáculos impossíveis de superar ou sonhos que parecem inalcançáveis, reforçando o tom melancólico e reflexivo da música. As referências a linhas e mares também simbolizam escolhas e desafios, como as “duas linhas brancas”, que podem representar momentos de decisão ou divisões importantes na vida pessoal.

Na segunda estrofe, a menção a “holes dug by little moles” (“buracos cavados por pequenas toupeiras”) e “angry jealous spies / got telephones for eyes” (“espiões zangados e ciumentos / têm telefones como olhos”) traz à tona a ideia de armadilhas e desconfianças do dia a dia, muitas vezes criadas por pessoas próximas. Esses “holes” (buracos) representam obstáculos inesperados, reforçando o tema da imprevisibilidade da vida. A repetição da pergunta “How does that old song go?” (“Como era aquela velha canção?”) revela um desejo de conforto e estabilidade em meio ao caos. Por fim, a referência a “funny little plans that never work quite right” (“planos engraçados que nunca funcionam direito”) resume a mensagem central: por mais que se planeje, a vida segue caminhos próprios, e é preciso aprender a lidar com a incerteza.