Hino Dos Errantes

E figura se vê no espelho e
Se perfuma, saí à uma
E limpa o próprio pó
A figura é só
Assovia um dó
E desce o andar

Vaga à noite, viu?
Com o semblante vil
E alegre que a serpente do absinto
De uma importância-mor
Bebe e dança e entorpece o andar

Dores existem pra se mastigar
Mora no gesto a esperança
Flores da alma para não secar
Molham as palavras
Torpes e gastas

Existe um pecado em cada um nós
Eu tenho a certeza bem dentro de mim
A noite é princesa, mas também atroz
Dentro de cada um
Existe um cão feroz

E ferido assim
A figura de mim
Transita espectralmente por todas vitrinas
Simpatéticas e toscas imagéticas
Sou mais um atípico lunar
Tipo, volto por aí esquecendo-me
E sumindo, ninguém sabe, nunca ninguém viu
Nunca ninguém

Dores existem pra se mastigar
Mora no gesto a esperança
Flores da alma para não secar
Molham as palavras
Torpes e gastas

Existe um pecado em cada um nós
Eu tenho a certeza bem dentro de mim
A noite é princesa, mas também atroz
Dentro de cada um
Existe um cão feroz

Dores existem pra se mastigar
Mora no gesto a esperança
Flores da alma para não secar
Molham as palavras
Torpes e gastas

Existe um pecado em cada um nós
Eu tenho a certeza bem dentro de mim
A noite é princesa, mas também atroz
Dentro de cada um
Existe um cão feroz e feri (do)