Eu Não Tô Nem Aí

Tradição e respeito em "Eu Não Tô Nem Aí" de Mestre Barrão

"Eu Não Tô Nem Aí", de Mestre Barrão, aborda de forma direta o preconceito relacionado à idade dentro da capoeira. No trecho “Talvez eu não seja mais tão forte / O quanto eu fui a algum tempo atrás / Mas te garanto com minha experiência / Ainda te boto no chão meu rapaz”, o artista destaca que, mesmo com a perda de força física ao longo dos anos, a experiência adquirida é um diferencial que merece respeito. Mestre Barrão, reconhecido internacionalmente, utiliza sua própria trajetória para reforçar a importância de valorizar os mais velhos e a tradição na capoeira.

A música também faz uma crítica à vaidade e à ganância dos mais jovens, como em “Mas não me conformo com tanta ganância / Dessa juventude na Capoeira” e “A vaidade as vezes atrapalha / Chega na roda querendo provar”. Esses versos alertam para o risco de se perder o respeito pelos mestres e pela história da capoeira, lembrando que muitos só estão ali porque outros abriram caminho antes. Ao repetir “Eu não tô nem aí”, Mestre Barrão mostra que não se abala com comentários sobre sua idade, pois reconhece seu valor e a importância de honrar quem veio antes. Assim, a música defende que tradição e experiência devem ser mais valorizadas do que a busca rápida por reconhecimento.