Mandei Benzer Meu Berimbau

Superstição e fé em "Mandei Benzer Meu Berimbau" de Mestre Barrão

Em "Mandei Benzer Meu Berimbau", Mestre Barrão transforma a quebra constante do arame do berimbau em algo maior do que um simples contratempo técnico. Na música, esse problema é visto como um sinal de mau agouro, mostrando como a superstição e a busca por proteção espiritual fazem parte do universo da capoeira. Ao decidir levar o berimbau para ser benzido na capela e pedir a proteção de São Bento, o artista destaca o sincretismo religioso presente na cultura afro-brasileira, onde tradições africanas e cristãs se misturam para fortalecer a fé e afastar energias negativas.

A letra traz um clima de simplicidade e tradição, mostrando que, diante das dificuldades, a resposta é buscar apoio na espiritualidade popular. O ato de "mandar benzer" o berimbau não é apenas uma busca por proteção, mas também uma forma de valorizar o instrumento como símbolo da identidade e resistência da capoeira. Ao pedir a São Bento "de mal vi me proteger", a música reforça a crença no poder dos santos como protetores contra o mal e celebra a força da fé e da cultura popular para superar os desafios do dia a dia.