Lock On Me (feat. Travis Scott & Future)

Contrastes de sucesso e autossabotagem em “Lock On Me”

Em “Lock On Me (feat. Travis Scott & Future)”, Metro Boomin explora o conflito entre aproveitar os excessos proporcionados pelo sucesso e a necessidade de autocontrole. O verso repetido “put a lock on me” (“coloque um cadeado em mim”) simboliza o esforço para conter impulsos autodestrutivos, especialmente em um ambiente marcado por drogas, festas e ostentação. Trechos como “playin' with yourself and poppin' pills” (“se divertindo sozinho e tomando comprimidos”) e “had a long night, but need some more in me” (“tive uma noite longa, mas preciso de mais em mim”) evidenciam a busca constante por prazer e fuga, mesmo após conquistas materiais e ascensão social, como em “fizemos do bloco para as colinas”.

As referências a luxo extremo, armas e festas – “designer my clothes, I designer my girl” (“minhas roupas são de grife, minha garota também”), “one, two, three Phantoms pullin' up” (“um, dois, três Phantoms chegando”) e “cookin' models up, poppin' bottles up” (“preparando modelos, abrindo garrafas”) – vão além da ostentação, mostrando um vazio existencial e a tentativa de anestesiar emoções. O uso de codeína (“mud in my drink”, “Wockesha”) e relações descartáveis reforçam a ideia de fuga e autossabotagem. A frase “got an iced out lil' cross, but ain't doin' no repentin'” (“tenho uma cruz cravejada de diamantes, mas não me arrependo”) destaca a contradição entre símbolos de redenção e a recusa em mudar. Já “money stuck to me, like it's lint” (“dinheiro grudado em mim, como fiapo”) mostra como o dinheiro se tornou parte da identidade, sem resolver os conflitos internos. A música, assim, mistura celebração e alerta, mostrando que o topo do sucesso pode ser tão perigoso quanto o início da jornada.