Exercises In Futility

Desespero existencial e mitologia em “Exercises In Futility”

“Exercises In Futility”, do Mgła, aborda de forma direta a falta de sentido na existência humana. A letra vai além do niilismo comum ao afirmar: “The great truth is there isn't one” (A grande verdade é que não existe uma). O tom sombrio e cético se intensifica ao mostrar que, ao perceber essa ausência de propósito, tudo parece piorar. Qualquer tentativa de encontrar sentido ou superar a apatia é vista como inútil, como no verso: “Each and every attempt to pierce the armour of numbness” (Cada tentativa de perfurar a armadura da insensibilidade).

A música utiliza metáforas marcantes, como “dumping dead meat at the brink of styx” (jogando carne morta à beira do Estige) e “a barge that we made of what was left of yggdrasil” (uma balsa feita do que restou de Yggdrasil), misturando mitologia grega e nórdica para ilustrar a travessia sem sentido entre vida e morte, usando restos do que já foi sagrado para fins degradantes. A crítica à espiritualidade aparece em “The odour of sanctity is just refined stench of existence” (O odor da santidade é apenas o fedor refinado da existência), sugerindo que até o sagrado é apenas uma versão disfarçada da decadência da vida. O trecho final, “the rigid posture of a proper, authentic blind” (a postura rígida de um verdadeiro cego), faz referência à capa do álbum e simboliza como a humanidade perpetua sua própria cegueira existencial. Assim, a música resume o pessimismo do álbum, mostrando que, mesmo diante da futilidade, as pessoas continuam tentando, mesmo que esses esforços sejam essencialmente vazios.