Obliterate

“Obliterate” e a ruptura com o abuso e o controle

Em “Obliterate”, Micah Ariss usa o verbo do título em dois sentidos: o “você” destrói a vida do narrador, e ele decide apagar essa influência. A participação de Chandler Burton intensifica o confronto, com timbres que alternam dor e decisão de romper, reforçados pela estética rock da faixa lançada em 10 de fevereiro de 2025.

A letra expõe manipulação emocional e gaslighting: “You lied to me, manipulated my reality, always saying that this is what’s best for me” (Você mentiu para mim, manipulou a minha realidade, sempre dizendo que isso é o que é melhor para mim). “You look down while my mind disintegrates” (Você olha para baixo enquanto minha mente se desintegra), “I can never be good enough” (Eu nunca vou ser bom o suficiente) e “You buried my heart” (Você enterrou meu coração) mostram culpa, confusão e padrões inalcançáveis. O movimento é da constatação à ação: “enough is enough / I’m taking back the life you obliterate” (já chega / estou retomando a vida que você tentou apagar), passando pela fuga — “make my great escape” (fazer minha grande fuga) — e pelo renascimento simbólico — “Let the sunlight in” (Deixar a luz do sol entrar). Ao citar “Conversations in my mind” (Conversas na minha mente), a música aponta a batalha contra a voz manipuladora internalizada. No refrão, “I’ll survive somehow” (Eu vou sobreviver de algum jeito) transforma a ferida em firmeza: retomar o controle, reconstruir-se e seguir em frente, algo potencializado pela entrega vocal catártica e pela presença de Burton. Essa combinação ajuda a explicar por que a faixa vem ressoando amplamente com o público.