Blame It On The Boogie

A energia contagiante de “Blame It On The Boogie” e o poder do boogie

“Blame It On The Boogie”, de Michael Jackson, transforma o "boogie" em uma força irresistível e quase mágica, responsável tanto pela diversão quanto pelos pequenos problemas do narrador. Em vez de culpar fatores comuns, como o sol, a lua ou momentos felizes, a letra insiste em responsabilizar o ritmo contagiante da música e da dança por tudo que acontece, inclusive pela perda do controle dos próprios pés e até pelo fim de um relacionamento: “From that night I kissed our love goodbye” (Desde aquela noite, eu dei adeus ao nosso amor).

O "boogie" funciona como uma metáfora para a energia envolvente da era disco, que dominava as pistas de dança no final dos anos 1970. O refrão repetitivo reforça a ideia de que a música e a dança são tão envolventes que acabam "drogando" e "enfeitiçando" quem se entrega a elas, como nos versos “That nasty boogie bugs me, but somehow it has drugged me” (Esse boogie danado me incomoda, mas de algum jeito me deixou drogado) e “Boogie's got me in a super trance” (O boogie me deixou em um super transe). O tom leve e divertido da canção, junto com a performance marcante de Michael Jackson, celebra a liberdade e o prazer de dançar, brincando com a ideia de que, quando algo foge do controle, a culpa é sempre do boogie – nunca nossa ou das circunstâncias ao redor.