Nem Morta

A Prisão do Amor Cego em 'Nem Morta'

A música 'Nem Morta', composta por Michael Sullivan e Paulo Massadas, aborda a complexidade de um relacionamento marcado pela dependência emocional e pela submissão. A letra revela a perspectiva de uma mulher que se sente presa a um amor que a domina e a castra, mas que, ao mesmo tempo, é incapaz de abandonar. Essa dualidade é expressa de forma intensa e poética, refletindo a luta interna entre o desejo de liberdade e a incapacidade de romper os laços afetivos.

No primeiro verso, a protagonista admite que permanece nos braços do parceiro por falta de forças para lutar e seguir em frente. Ela segue os passos dele, não por escolha, mas por medo de deixá-lo. Essa dependência é reforçada pela ideia de que o amor é cego, castrador e dominador, o que a impede de tomar decisões por si mesma. A submissão é tão profunda que ela só diz o que ele diz, aprendendo a ser a 'menina' dele, uma metáfora para a perda de identidade e autonomia.

A ironia do relacionamento é destacada quando ela expõe seu dia ao parceiro, mas ele permanece mudo, imerso em seu próprio mundo de fantasias. Essa falta de comunicação e reciprocidade emocional é um ponto crucial na letra, evidenciando a solidão e a frustração da protagonista. No entanto, apesar de todas as dificuldades, ela encontra conforto nos momentos de intimidade, quando os abraços do parceiro fazem com que todas as preocupações desapareçam. A resposta 'Nem morta' à pergunta sobre quando ela o deixará, reforça a ideia de que, apesar de tudo, ela não consegue se imaginar sem ele, perpetuando o ciclo de dependência e submissão.