
Meio Conto
Miguel Araújo
Solidão e marginalidade em “Meio Conto” de Miguel Araújo
“Meio Conto”, de Miguel Araújo, aborda de forma direta e sensível como a ausência de afeto e o descuido familiar podem levar jovens a caminhos marginais. A música utiliza bairros de Lisboa — Estrela, Belém e Oriente — não só como cenário, mas também como referência à tradição do presépio. No entanto, o “menino” da letra, em vez de receber presentes, sai para roubá-los, evidenciando a falta de carinho e de recursos em casa. O verso “encher o saco com os presentes que não recebeu da mãe” mostra claramente essa carência afetiva e material, situando a narrativa nos anos 80 e 90, época em que muitos jovens lisboetas se envolviam em pequenos furtos para sustentar vícios, como o uso de drogas.
O título “Meio Conto” faz alusão ao valor de 500 escudos, quantia frequentemente associada ao preço de uma dose de droga, aprofundando o sentimento de perda e abandono. A rotina dos pais — a mãe presa à novela e o pai ao futebol — contrasta com a solidão do menino, que busca nas ruas o que lhe falta em casa. Elementos como o “pé de cabra” e a “meia” pendurada unem o universo do roubo à simbologia natalina, criando um duplo sentido entre inocência e delinquência. Ao final, as “sirenes” e “sinos solenes” reforçam o clima de alerta e tristeza, sugerindo que, para muitos, o Natal é marcado mais pela marginalidade do que pela celebração familiar.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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