A Rosa e o Chico
Miguel Brito Rebelo
A Rosa de Alfama trabalha na copa dum bar afamado
Já criou a fama de fazer a sopa a cantar o fado
E diz quem provou, que nunca encontrou um sabor assim
Um gosto a guitarra, a noites de farra e paixões sem fim
E o Chico das mesas ganhou pela Rosa amor e carinho
E cheio de incertezas, pediu-a por esposa dizendo baixinho
És mulher prendada, tem dotes de fada e és destemida
Eu sonho acordado viver a teu lado p'ró resto da vida
E tal foi o espanto, que a Rosa Maria ficou sem falar
E Chico entretanto da copa fugia com o rosto a corar
E ninguém pensava que a Rosa aceitava noivar o lacaio
E contra o esperado ficou combinado casamento em Maio
Juntaram mobília, faiança do norte e mudas de cama
Fotos de família, medalhas de sorte e um quadro de Alfama
E num lar modesto feliz e honesto ficaram depois
E criando os filhos sem terem cadilhos, viveram os dois
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