RETIRADA

Reflexão sobre solidão e autenticidade em “RETIRADA” de Milo j

Em “RETIRADA”, Milo j utiliza a repetição do termo do título para expressar não só um desejo de afastamento, mas também uma crítica direta à superficialidade das relações e ao vazio da vida contemporânea. O artista questiona o valor das posses e até mesmo da própria arte em versos como “¿De qué sirven las cosas o el arte? / Si vení', pero no te quedás” (De que servem as coisas ou a arte? / Se você vem, mas não fica), mostrando sua insatisfação com tudo o que é passageiro e não traz satisfação real. Essa visão se conecta ao contexto da web, que destaca a busca de Milo j por conexões humanas mais autênticas e significativas, em contraste com a vacuidade das interações modernas.

O cansaço diante da rotina e das pressões sociais aparece em frases como “'Toy podrido de esta vida boba” (Estou cansado dessa vida boba) e “Todo está de más y empalaga” (Tudo é demais e enjoa), reforçando o tom introspectivo da música. Ao dizer “Dueño de mi libertad / Por lo tanto, de mi soledad al mismo tiempo” (Dono da minha liberdade / Portanto, da minha solidão ao mesmo tempo), Milo j reconhece que a liberdade desejada traz solidão, mas também a chance de encontrar paz em momentos simples, como sugere “Busco la tranquilidad / Porque sé que la felicida' es un momento” (Busco tranquilidade / Porque sei que a felicidade é um momento). A recusa aos excessos e vícios, expressa em “No quiero más putas, más droga / Mi cama ya quiere estar sola” (Não quero mais prostitutas, mais drogas / Minha cama já quer estar sozinha), marca uma mudança pessoal, onde o artista prioriza o autoconhecimento e o bem-estar emocional. Essa postura reflete sua evolução artística e pessoal, mostrando o desejo de se libertar de rótulos e encontrar sua própria identidade.