Anima

Busca espiritual e autoconhecimento em “Anima” de Milton Nascimento

“Anima”, de Milton Nascimento, explora a busca por autotransformação e autoconhecimento desde seus primeiros versos, como em “Lapidar minha procura toda” e “Trama lapidar o que o coração com toda inspiração achou de nomear gritando alma”. O termo “ânima”, que significa “alma” em latim, reforça o tom espiritual da música e indica um mergulho profundo na essência do ser. A letra sugere um processo de purificação e compreensão interior, onde o sujeito tenta recriar momentos belos do passado e ultrapassar limites internos, como em “Recriar cada momento belo já vivido ir mais, atravessar fronteiras”.

A colaboração com o grupo Uakti, conhecido por sua sonoridade experimental, contribui para a atmosfera contemplativa e quase mística da faixa, intensificando a sensação de uma jornada interior. A canção afirma que a alma vai “além de tudo que o nosso mundo ousa perceber”, sugerindo que a verdadeira essência e coragem estão em dimensões além da percepção comum. Imagens como “casa cheia de coragem” e “casa aberta onde mora o mestre, o mago da luz” representam um espaço interno de aprendizado e iluminação, onde se busca remover as “manchas” do ser e encontrar o “templo que inventa a cor”, metáfora para criatividade, renovação e amor. Ao repetir “Te quero ser, alma”, Milton expressa o desejo de se unir à própria essência, em um processo contínuo de autodescoberta.