Dona Olímpia

Memória e saudade em "Dona Olímpia", de Milton Nascimento

"Dona Olímpia", de Milton Nascimento, retrata a relação afetiva entre a cidade de Ouro Preto e Sinhá Olímpia, uma figura excêntrica e querida da comunidade. A letra traz um tom melancólico, evidenciado em versos como “Vai e não esquece de chorar” e “Vê se não esquece de sumir”, que expressam a dor da ausência e a saudade sentida após a partida de Dona Olímpia. Esses sentimentos refletem o impacto que sua presença marcante tinha no cotidiano da cidade.

A música também destaca a complexidade dessa relação, especialmente em trechos como “me xinga me deixa me cega / Mas vê se não esquece de voltar”, que mostram um vínculo intenso, feito de afeto e pequenos conflitos, típico das interações de Sinhá Olímpia com moradores e visitantes. Ao usar a despedida como metáfora, Milton Nascimento fala não só da ausência física, mas da permanência da memória de Dona Olímpia, reforçada pelo verso “não pára de doer / E não vai parar mais”. Assim, a canção vai além de uma homenagem, tornando-se um retrato sensível da influência e do legado dessa personagem única para Ouro Preto e para todos que conviveram com ela.