Beleza e Canção

A importância do compartilhar em “Beleza e Canção”

Em “Beleza e Canção”, Milton Nascimento destaca que a beleza só se realiza plenamente quando é compartilhada. Isso fica claro nos versos: “Toda beleza é um espinho / Se ela está sozinha / Sem ninguém desfrutar” e “Toda beleza é tristeza / Se não tem a certeza / De alguém pra contemplar”. A música, presente no álbum “Pietá” e composta em parceria com Fernando Brant, reforça a ideia de que tanto a beleza quanto a música ganham sentido verdadeiro quando vividas em comunhão, conectando pessoas e despertando sentimentos de afeto e pertencimento.

A letra alterna entre momentos de tranquilidade individual — “Nada de novo no meu mundo / Eu vivo o segundo / Meu tempo é o meu lugar” — e a abertura para o novo que surge do encontro com o outro — “Tudo é novo no meu mundo / Se seu sono profundo / Entrar no meu sonhar”. Milton sugere que a beleza isolada pode se transformar em tristeza ou vazio, mas, quando partilhada, se torna fonte de alegria e inspiração, como nos versos: “Toda beleza é uma alegria / Que incendeia o dia / Faz a vida cantar”. Assim, a canção valoriza a presença, o olhar atento e o ato de compartilhar, mostrando que beleza e canção são inseparáveis da experiência humana e do encontro com o outro.