
Pelo Amor de Deus
Milton Nascimento
Memória, desejo e crítica social em "Pelo Amor de Deus"
Em "Pelo Amor de Deus", Milton Nascimento constrói uma reflexão sobre o desgaste do tempo e a busca por sentido diante da banalidade da vida moderna. A música utiliza imagens marcantes, como em “Fotos de uma velha festa / Ossos tão antigos, fatos tão passados / No meio das fotos vai roendo um rato”, para mostrar como o tempo corrói memórias e valores que antes eram importantes. O rato, nesse contexto, simboliza a ação inevitável do tempo sobre o passado, trazendo à tona a decadência e o esquecimento.
A sonoridade experimental da faixa, que mistura elementos de samba com efeitos elétricos, reforça a sensação de estranhamento e mistura de tempos, como se passado e presente se sobrepusessem em um cenário quase futurista. O uso do piano elétrico Rhodes, exclusivo nesta faixa do álbum, contribui para uma atmosfera melancólica e reflexiva. A repetição do verso “pelo amor de Deus” ao final de cada estrofe intensifica o tom de súplica e exasperação, seja ao abordar a pobreza material e espiritual — “Como o velho Chaplin eu jogo na cara / Tanta coisa pobre, pelo amor de Deus” —, seja ao tratar do desejo e da beleza do corpo — “Corpo contra corpo, pele contra pele / E seu corpo é belo, pelo amor de Deus”. Assim, a canção transita entre crítica social, desencanto com o passado e celebração do desejo, sempre marcada por um apelo intenso por sentido ou redenção.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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