Estórias da Floresta

Infância e imaginação em "Estórias da Floresta" de Milton Nascimento

Em "Estórias da Floresta", Milton Nascimento transforma o ambiente inicialmente misterioso da música ao revelar que tudo era apenas uma "brincadeira de um curumim". Essa reviravolta traz leveza e destaca a imaginação infantil, conectando-se ao contexto do álbum "Txai", que homenageia a cultura indígena e a relação respeitosa com a natureza. A música mostra como o olhar das crianças indígenas pode reinterpretar o mundo, misturando fantasia e realidade de forma criativa.

A letra apresenta a floresta como um espaço vivo, onde "a brisa acorda a brasa que dormia" e "o rio aquece sua água fria". Esses versos evidenciam a conexão entre os elementos naturais, enquanto a presença de animais como a onça e a serpente reforça o aspecto selvagem e misterioso do ambiente. O suspense aumenta com a ausência do Sol e o canto da coruja, símbolos de incerteza, até que a chegada da luz revela o tom lúdico da narrativa. O uso do termo "curumim" valoriza a infância indígena e ressalta a criatividade dos povos originários, alinhando-se ao objetivo do álbum de apoiar a Aliança dos Povos da Floresta e promover o respeito à diversidade cultural e ambiental da Amazônia.