Sereia

A Profundidade do Amor em 'Sereia' de Milton Nascimento

A música 'Sereia' de Milton Nascimento é uma obra poética que explora a profundidade do amor e do desejo através de metáforas marítimas. A letra começa com o verbo 'sonhar', indicando que o eu lírico está entrando em um estado de contemplação e fantasia. Ao fechar os olhos, ele se imagina mergulhando no 'mar dos seus', uma metáfora para o universo emocional e íntimo da pessoa amada. O mar, com seus horizontes e montes, representa a vastidão e a complexidade desse sentimento, que se estende além do que é visível e compreensível.

A segunda estrofe intensifica essa metáfora ao personificar o mar, pedindo que ele abra 'as esmeraldas dos teus mares'. Aqui, o mar é visto como um guardião de tesouros preciosos, simbolizando a profundidade e a riqueza do amor verdadeiro. O eu lírico implora para ser chamado até o fim, até o fundo de si mesmo, revelando um desejo de entrega total e de exploração das camadas mais profundas de sua própria alma e da alma do outro. A repetição da palavra 'sim' reforça a aceitação e a rendição a esse sentimento avassalador.

Milton Nascimento, conhecido por sua voz única e suas composições líricas, utiliza a música 'Sereia' para criar uma atmosfera de mistério e beleza. A escolha de metáforas marítimas não é acidental; o mar é um símbolo recorrente na literatura e na música para representar o desconhecido, o infinito e o emocionalmente profundo. A canção convida o ouvinte a embarcar nessa jornada introspectiva, onde o amor é tanto um refúgio quanto um desafio a ser desvendado.