Mate missioneiro
Milton Sica
A erva buena que transmite vida nova
Na seiva antiga dos pagés destas missões
E as descobertas que em seu bojo principiam
Repontam força pra semear nos corações
É a seiva crua do meu mate missoneiro
Que rega o corpo pra esperança não murchar
Como se fosse o rancho firme de posteiro
Cruzando os fundos da invernada do sonhar
Quero que fiques, Acre vertente
Na alma da gente, fiel parceiro
Mate que canto e sorvo contente
Pois eu também sou missioneiro
Mateio o gosto das caúnas incertezas
Em goles largos deste mate, meu parceiro
Pois o carijo já não traz o pão à mesa
Nos tempos duros do viver deste campeiro
Só resta a fibra desgastada de uma raça
Rumbeando trilhas repisadas de ilusão
E a esperança, tosca luz que nos abraça
No braço rude que me alcança o chimarrão
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