Sempre Um Passarinho
Milton Sica
Sempre um passarinho
No galho da saudade
Seja em pleno campo
Ou na cidade
Vai soltar seu canto
Recordar pra nós
Tantas obras-primas
Em sua voz
Sina de dar asas
Às palavras em versos
Pra ganharem
Outros universos
E no sul de Sol
De mais um dezembro
(Longe do ufanismo de setembro)
Um palco plural
De um festival
Vai se encher de novo
Pra os cantos de calhandras
Em noite austral
É um passarinho
No sul do Brasil
Que habita tantos discos de vinil
Eles nos saciam como água de um cantil
São ninhos de notas
Que pintam de emoção
Um céu anil
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