O Gay do Liceu
Mini Drunfes
Rótulos e ironia em "O Gay do Liceu" na vida escolar
Por trás do humor de recreio, "O Gay do Liceu" satiriza a pressa de rotular a sexualidade dos outros. O narrador se projeta no colega popular ("tal como eu") e, ao primeiro sinal contrário, troca o carimbo de "gay" por "bissexual" sem entender nada. O rapaz é descrito como talentoso e desejado — "muito giro e toca viola", "tem boa voz" e poderia ter "um milhão de amigas" — mas "não gosta de raparigas", daí a dedução automática: "Ele é gay, gay". O exagero de "fuma pó, e snifa cola" e o tom de pátio reforçam o humor satírico típico dos Mini Drunfes, banda residente do programa anárquico O Roxo Urubu; no álbum-paródia vanguardista Tudo Bons Alunos (1996), esse espírito irreverente já servia para brincar com tabus e estereótipos.
O plot twist vem quando o narrador o vê "com uma garina" (gíria para garota) e reage com ciúme — "Pensava que eu era o seu único miúdo" (garoto). A história passa a expor a confusão do próprio narrador. O refrão vira "Ele é gay bissexual... tal como eu": ele muda o rótulo do outro e ajusta o próprio para sustentar a narrativa, escancarando a superficialidade com que a bissexualidade é lida no ambiente escolar. A provocação final "dói-me o cu" funciona em duplo sentido: piada escatológica fiel ao humor anárquico do grupo e, ao mesmo tempo, trocadilho para a dor do ego e da rejeição. No conjunto, a canção usa ironia e choque para mostrar como a curiosidade vira fofoca e como os rótulos revelam mais sobre quem rotula do que sobre quem é rotulado.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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