Humpty

Fragilidade e aceitação da perda em “Humpty” de Mitski

Em “Humpty”, Mitski utiliza a figura de Humpty Dumpty para ilustrar a vulnerabilidade diante de um relacionamento rompido. A referência aos “eggshells on the ground” (“cascas de ovo no chão”) remete à clássica história infantil, simbolizando como os pedaços do relacionamento são frágeis e impossíveis de serem restaurados sem se quebrarem ainda mais. Essa metáfora vai além da simples perda, abordando a aceitação de que certos danos emocionais são irreversíveis, um tema recorrente no trabalho da artista.

A banheira, descrita como “cool and clean” (“fria e limpa”), representa um refúgio para a protagonista, um local de estabilidade em meio ao caos emocional. O desejo de permanecer ou até morrer “nos braços frios” dos azulejos revela a busca por conforto em algo previsível e inerte, contrastando com a instabilidade do relacionamento. A repetição do pedido de desculpas por “taking” (“tomar”) e o reconhecimento de que “I keep wanting more” (“continuo querendo mais”) expõem um ciclo de culpa e desejo, mostrando como a necessidade de afeto persiste mesmo diante da destruição. Assim, “Humpty” expressa de forma direta a sensação de fragilidade e a dificuldade de seguir em frente quando tudo parece irremediavelmente partido.