If I Can Dream

“If I Can Dream” e a urgência de sonhar e agir hoje

Em “If I Can Dream”, o sonho vira ato de resistência e mudança, não fuga. Na releitura do Måneskin para o filme Elvis, idealizada por Baz Luhrmann, a banda atualiza o apelo de 1968 e o traz para o presente, em sintonia com o que Damiano David destacou: uma mensagem de união, paz e liberdade que continua urgente.

A letra contrapõe a dor do mundo a imagens de céu e luz para sustentar uma esperança ativa. “Lights burning brighter” (luzes brilhando mais forte), “birds flying higher” (pássaros voando mais alto) e o desejo de ver “all my brothers walk hand in hand” (todos os meus irmãos caminham de mãos dadas) projetam a fraternidade como horizonte real. “There must be peace and understanding sometime” (deve haver paz e compreensão em algum momento) e o “strong wind of promise” (forte vento de promessa) apontam uma virada capaz de varrer medo e dúvida. O texto reconhece o desalento — “lost in a cloud with too much rain” (perdido em uma nuvem com chuva demais), “a world that’s troubled with pain” (um mundo que sofre com a dor) —, mas muda o eixo ao afirmar que, enquanto houver força para sonhar, é possível “redeem his soul and fly” (redimir sua alma e voar), ligando sonho e liberdade. A “beckoning candle” (vela que chama) ilumina a ação: enquanto puder pensar, falar, ficar de pé e andar, o eu lírico insiste em agir e pedir transformação — “please let my dream come true… right now” (por favor, deixe meu sonho se realizar… agora mesmo). O clipe, ao intercalar cenas de Elvis, reforça a ponte entre eras e mantém vivo esse chamado coletivo.