Questão de Tempo

A Dor da Indiferença em 'Questão de Tempo' de Moacyr Franco

A música 'Questão de Tempo' de Moacyr Franco é uma profunda reflexão sobre a dor da indiferença e a inevitabilidade do fim de um relacionamento. A letra começa com o eu lírico sonhando que a pessoa amada foi embora, simbolizada por um trem que desaparece na escuridão. Essa imagem evoca a sensação de perda e distância crescente, enquanto o eu lírico se sente cada vez menor e mais impotente, acordando com a mão vazia no meio de um aceno, um gesto de despedida que nunca se concretiza.

A repetição do refrão 'Acordei com os olhos molhados, solucei com você do meu lado' reforça a angústia e a tristeza do eu lírico, que, mesmo ao lado da pessoa amada, sente a iminência do fim. A metáfora do amor como um vendaval e o eu lírico como um cata-vento ilustra a força avassaladora do sentimento que o deixou desorientado e sem controle. A indiferença da pessoa amada é comparada a uma sentença pior que a morte, destacando a profundidade do sofrimento causado pela falta de reciprocidade.

A letra também aborda a frustração de se comunicar com alguém que não responde, comparando a pessoa amada a uma estátua de gesso. Essa imagem reforça a ideia de que o eu lírico está preso em um relacionamento unilateral, onde suas palavras e sentimentos não encontram eco. A música, portanto, é uma poderosa expressão da dor de amar alguém que não retribui esse amor, e a inevitabilidade de que, com o tempo, essa situação insustentável levará ao fim do relacionamento.