Memórias de Uma Velha Canção

Saudade e tempo em “Memórias de Uma Velha Canção” de Moacyr Franco

“Memórias de Uma Velha Canção”, de Moacyr Franco, transforma a própria música em símbolo da saudade, funcionando como um elo entre o passado e o presente do narrador. No trecho “Canto em meu violão a dor antiga / De uma velha canção nunca esquecida”, fica claro como a canção serve de gatilho para memórias de um amor perdido, mostrando que certas lembranças permanecem vivas apesar do tempo. O contexto do álbum “Nosso Primeiro Amor” e a trajetória de Moacyr Franco, marcada por interpretações emotivas, ajudam a entender a intensidade nostálgica e melancólica da faixa.

A letra explora a dor da separação e a persistência das lembranças, especialmente ao associar a canção ao momento em que o casal esteve junto: “É a mesma que um dia nos uniu / Pelas praias distantes do teu velho país”. A imagem do outono, com folhas caindo, reforça a passagem do tempo e a sensação de que a felicidade foi única e não pode ser recuperada: “Me lembra que na vida só uma vez se é feliz”. O refrão, ao perguntar “Porque não esqueço essa canção?”, sugere que a música está profundamente ligada ao sentimento de amor vivido. A metáfora do rio que não volta mais reforça a ideia de irreversibilidade da perda. Já o verso “Não é o medo da morte que me assusta, / Às vezes é pior, seguir vivendo” aprofunda o tom melancólico, mostrando que a ausência do amor é mais dolorosa do que a própria morte, e que a canção, ao mesmo tempo que consola, também perpetua a saudade.