Mitos Cariocas: Lan

Lan e a celebração da boemia no samba em “Mitos Cariocas: Lan”

A música “Mitos Cariocas: Lan”, de Moacyr Luz, faz uma homenagem bem-humorada ao cartunista Lan, italiano que se tornou um dos grandes símbolos do Rio de Janeiro. A letra destaca como Lan foi absorvido pela cultura carioca, misturando suas origens europeias com a paixão pelo samba e pela boemia. O verso “Portelense / Bom de Tango e coração circense” brinca com a trajetória de Lan: nascido na Itália, ele traz referências do tango e do circo, mas se apaixona pela Portela, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio. O humor irreverente, chamado de “pimenta braba do nonsense”, é uma característica marcante do artista, que sempre retratou o cotidiano carioca com leveza e criatividade.

A canção também faz referência a figuras importantes do samba, como Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus e Zé Kéti, todos imortalizados nos desenhos de Lan. O trecho “No lápis dançam as irmãs Marinho...” mostra como ele misturava realidade e fantasia em sua arte. Expressões como “Bacharel / Pós-graduado dentro de um bordel” reforçam o tom descontraído da música, brincando com a boemia e a malandragem típicas do Rio. Já o jogo de palavras “Das Orópa, rei de Copa” faz alusão à origem europeia de Lan e à sua presença marcante nos bares de Copacabana. Assim, Moacyr Luz celebra Lan como um verdadeiro mito carioca, capaz de unir diferentes mundos através do samba, do traço e da alegria.