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Passos Mal Dados

Moç

Pairando a vida entre goles secos
A cama do avesso, o gosto amargo na boca
A cinza que cai do malboro aceso
Luz negra no quarto, burguesa do lado
E a bela vista tão linda tão linda
Parece o monte corcovado
Um corpo rosado, ar condicionado
E eu condicionado
A manter a postura frente a linha dura
De passos mal dados
Fatos apurados são dados jogados
Mantendo a calma, esquivando do trauma
De ver que aquilo, os quilos que me deram tudo
Tudo que eu tenho aos poucos destroem minha alma
E neva neva neva neva sempre aqui
Selva de pedras trevas caem sobre tí
E o que decreta minha meta não me deixa fugir
Foda-se, afinal, tá bom pra mim
Dói é saber que pelas minhas mãos
Varias pessoas se vão
Plantei destruição, me afoguei nessa ilusão
Troquei minha paz pelo cifrão
Minha identidade eu esqueci
E quando penso que enlouqueci
Ela diz sorrindo pra mim: Venha cá papi

Pedras sobre pedras
Sempre tomando as rédeas
Sem pagar de simpatia
Sem risos pra fazer média
Apertos de mão sempre mal intencionados
Olhares falsos, cuidado, resultam em crânios furados

E as regras quebram regras
Entre o comando das levas
Quem paga mais que leva
Como eu disse sempre neva
E as marionetes nesse mundo conturbado
Caminham sempre pra morte
Mano, são passos mal dados

Mundo cão, ladrão mata policia e policia mata ladrão
No xadres da vida quem se fode sempre é o peão
Enquanto o rei de terno é o verdadeiro vilão
E ao lado dele o bispo te conforta com oração
Manhã, tarde e noite e os menó tão na função
Não ligam pro perigo e sim pro dinheiro na mão
São vítimas da carência e frutos da ambição
O crime vende a ilusão de poder e de ascensão
Redução não é solução, não precisam de mais prisão
O problema ta na falta de cultura e educação
Se mente vazia é oficina do cão
Leva esses menino pro sarau que é salvação

Quem tá por aqui é financiado por quem tá
Do lado de lá, máfia dos porcos de gravata
Que ajudam buscar pó na fronteira do paraná
Consegue enxergar a semelhança do Pablo Escobar
Com o Perrela e seu helicoca pelo ar
Livre pra voar, molha a mão da mídia pra abafar
E eu fico a pensar até quando a verdade vão comprar
A impressão que dá é que o crime parece compensar

Pedras sobre pedras
Sempre tomando as rédeas
Sem pagar de simpatia
Sem risos pra fazer média
Apertos de mão sempre mal intencionados
Olhares falsos, cuidado, resultam em crânios furados

E as regras quebram regras
Entre o comando das levas
Quem paga mais que leva
Como eu disse sempre neva
E as marionetes nesse mundo conturbado
Caminham sempre pra morte
Mano, são passos mal dados

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