Coisa de Preto
Mônica Soares
Desde que eu me conheço por gente
Existe uma gente que dana a sonhar
Coloca a mão no batente
Botando pra frente um povo a brilhar
Mesmo no anonimato, de um mundo ingrato
E muito suor
Carrega no peito o cansaço
A força de um abraço, o tornando melhor
Isso é coisa de preto sinhô, oh oh
Donga, Aniceto, Ismael, onde tudo começou
Isso é coisa de preto sinhá, oh sinhá
Cartola, Guineto, Noel, vieram nos ensinar
Negro no sangue, na alma e na raça
Negro é humilde e valente, só vem pra somar
Elite na pele, carrega a taça
Um dia de graça a prosperar
Quem pensa na cor, reluta e disfarça
Vive a farsa, vou lamentar
Não seja comparsa dessa desgraça
A manga arregaça, e comece a amar
Isso é coisa de preto sinhô, oh oh
Pele, madeira e suor, fecho os olhos e não tem cor
Isso é coisa de preto sinhá, oh sinhá
Dê me o devido valor, e chega de bla bla bla
Embala ê, ginga embala ê nego ê
Embala ê, ginga embala ê nego ê
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