Mora Na Filosofia

Reflexão e ironia sobre o amor em "Mora Na Filosofia"

Em "Mora Na Filosofia", Monsueto utiliza imagens simples e cotidianas para tratar do fim de um relacionamento, como nos versos: "botei na balança... e você não pesou / botei na peneira... e você não passou". Essas expressões mostram que o narrador avaliou a relação de forma prática e objetiva, sem rodeios. O título e o refrão fazem referência a uma gíria da época, em que "mora na filosofia" significava algo como "preste atenção" ou "entenda sobre". Assim, a música sugere que, antes de rimar "amor e dor", é preciso refletir e não agir apenas por impulso emocional.

A letra também traz um tom irônico ao questionar a sinceridade da parceira: "Se seu corpo ficasse marcado por lábios ou mãos carinhosas, eu saberia... a quantos você pertencia". O narrador reconhece a impossibilidade de saber o passado amoroso da outra pessoa, mas deixa claro que não vai se prender a isso, pois "tá na cara" que o relacionamento chegou ao fim. Dessa forma, Monsueto aborda a desilusão amorosa sem exageros, valorizando a clareza e a reflexão, características do samba de morro e de sua própria obra.