IA (part. Clarent)

Superficialidade e ironia nas relações em “IA (part. Clarent)”

A música “IA (part. Clarent)” de Mora, com participação de Clarent, utiliza referências a marcas de luxo como “Gucci y Versace”, “Rolex” e “Rado” para criticar a superficialidade e a instabilidade das relações atuais. Essas menções não servem apenas para falar de status, mas ironizam a busca por validação através de bens materiais e a troca constante de parceiros. O verso “Tus polvo’ con él son express / Y sus prendas de Ali Express” reforça essa crítica ao comparar o novo relacionamento da ex-parceira a algo rápido, superficial e de qualidade duvidosa, em contraste com o que o narrador oferecia.

A letra mistura ressentimento e sarcasmo, mostrando que a desilusão amorosa é marcada por acusações e autodefesa. O trecho “Mi malda’ es culpa de su forma de actuar” (“Minha maldade é culpa do jeito dela agir”) revela que o narrador justifica sua frieza como resposta ao comportamento da ex. Já “Me tiene envuelto, corriendo en zigzag” (“Ela me deixa confuso, correndo em zigue-zague”) ilustra a instabilidade emocional causada pela relação. A música também aborda poder e controle, como em “Antes de mí tú no estabas en na’ / Mami, yo te di alas, te puse a brillar” (“Antes de mim você não era nada / Eu te dei asas, te fiz brilhar”), onde o narrador se coloca como responsável pelo crescimento da parceira, mas agora a descarta sem remorso. O tom direto e irônico evidencia frustração, desapego e uma tentativa de preservar a autoestima após o fim do relacionamento.