Banda (part. Dei V)

Lealdade e superação nas ruas em “Banda (part. Dei V)”

“Banda (part. Dei V)”, de Morad, aborda de forma direta a tensão entre solidão e lealdade no contexto das ruas. O verso “Siempre ando solo aunque tengo banda” (“Sempre ando sozinho, mesmo tendo uma gangue”) mostra que, mesmo cercado de aliados, o protagonista mantém uma postura independente, pois confiar totalmente nos outros pode ser arriscado nesse ambiente. Essa ideia se reforça em trechos como “Yo no hablo contigo, sino con quién manda” (“Eu não falo com você, só com quem manda”) e “Siempre sigo firme, no juego a dos bandas” (“Sempre sigo firme, não jogo dos dois lados”), deixando claro que ele só se envolve com quem tem poder e não tolera traições ou posturas ambíguas.

A letra retrata um ambiente de desafios constantes, onde o respeito é conquistado à força e a ascensão social é difícil. Frases como “Me he ganao' respeto desde el bicho” (“Conquistei respeito desde pequeno”) e “Ahora soy jefe y era estudiante DF” (“Agora sou chefe e era estudante DF”) evidenciam uma trajetória de superação, saindo da pobreza e da delinquência juvenil para alcançar liderança. A referência a Hakimi, jogador de futebol, em “Me siento Hakimi jugando en la banda” (“Me sinto como Hakimi jogando na lateral”), associa a habilidade e agilidade do atleta à destreza necessária para sobreviver nas ruas. Elementos como “dirty money” (“dinheiro sujo”) e menções a armas e drogas reforçam a dureza do ambiente, mas também mostram a busca por reconhecimento, mesmo que por meios ilícitos.

A parceria entre Morad e Dei V une experiências de diferentes realidades urbanas, mas com pontos em comum: a importância da lealdade, do grupo (“banda”) e da vigilância constante diante de adversários. O refrão repetido e as menções à “L” (referência ao bairro de L'Hospitalet, onde Morad cresceu) reforçam o orgulho das origens. Assim, “Banda” apresenta um retrato autêntico da vida nas ruas, onde respeito, lealdade e sobrevivência se misturam em cada verso.