Me Toca a Mí (part. Camilo)

Dilemas do amor não correspondido em “Me Toca a Mí (part. Camilo)”

“Me Toca a Mí (part. Camilo)”, de Morat, aborda a dor de quem se vê preso entre a amizade e o desejo de algo mais, especialmente quando a pessoa amada já está envolvida com outro. O refrão, com “¿Por qué me toca a mí?” (“Por que tem que ser comigo?”), expressa a frustração de esconder sentimentos verdadeiros, como em “Tener que tragarme un te quiero / Fingir que estoy hecho de acero” (“Ter que engolir um ‘eu te amo’ / Fingir que sou feito de aço”). O narrador sente a necessidade de aparentar força, mesmo sofrendo, e se vê obrigado a “vivir disfrazado de amigo” (“viver disfarçado de amigo”) enquanto deseja um relacionamento completo, não “a la mitad” (“pela metade”).

A colaboração entre Morat e Camilo, amigos de longa data, traz autenticidade à música, já que ela nasceu de experiências pessoais e da convivência entre eles. A sonoridade e o videoclipe, com referências nostálgicas dos anos 90, reforçam o sentimento de saudade e o desejo de reviver momentos ou possibilidades não concretizadas. Versos como “Ser solo tu amigo ya casi es castigo” (“Ser só seu amigo já é quase um castigo”) e “Perdona si nuestra amistad se llega a joder” (“Desculpa se nossa amizade acabar se complicando”) mostram o conflito entre manter a amizade ou arriscar tudo por um amor não correspondido. A música traduz o peso emocional de amar em silêncio e a esperança de que, um dia, “dar el primer paso” (“dar o primeiro passo”) possa mudar tudo.