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Dormi no Molhado

Moreira da Silva

Letra

    Eu quando vejo um rapaz da sua idade estendendo a mão
    Dele não tenho compaixão
    Porque não me conformo,
    Ver um homem de talento não querer trabalhar
    Sempre no me-dá-me-dá

    Eu também já passei fome
    Já sofri e não morri
    Estou aqui vivo e são
    E ninguém vai dizer que não

    Eu já andei atrapalhado
    Já andei afanado
    Mas nunca pedi tostão
    Acho que estou com a razão

    Eu enfrentei uma marreta na pedreira São Diogo
    Quebrando pedra roliça
    Passando a pão e a lingüiça
    Dormindo no cais do porto
    No meio da sacaria,
    Onde os ratos dormia,
    Onde ventava e chovia

    Quando o dia amanhecia
    Vinha o chefe da limpeza
    Jogando água fria
    Vejam só como eu saia,
    Sem café e sem cigarro
    Sem saber pra onde ia
    Sem tostão e sem vintém
    Mas nunca pedi a ninguém

    Cortei asfalto na linha
    Fui vendedor de galinha
    Carreguei cesto na feira
    Eu fui garçom de gafieira
    Comia numa tendinha
    Que só fritavam sardinha com azeite de lamparina
    Eu só cheirava a gasolina

    Fui peixeiro, carvoeiro, quitandeiro
    Fui bicheiro, apanhei como um ladrão
    Mas não mudei de opinião
    E como sou caprichoso,
    Hoje me sinto outro homem
    Até já mudei meu nome

    Já me disseram até que eu virava lobisomem


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