Orgasmatron

Crítica à opressão institucional em “Orgasmatron” do Motörhead

“Orgasmatron”, do Motörhead, apresenta uma crítica direta e contundente às instituições de religião, política e guerra, retratando-as como entidades que se alimentam do sofrimento humano. Lemmy Kilmister cria a figura do Orgasmatron para simbolizar essas forças opressoras, mostrando que, apesar de terem nomes diferentes, todas compartilham o mesmo desejo de manipular e dominar. Isso fica claro em versos como “My name is called religion / Sadistic, sacred whore” (“Meu nome é chamado religião / Prostituta sagrada e sádica”) e “I am the politician / And I decide your fate” (“Eu sou o político / E eu decido seu destino”), onde a letra denuncia a hipocrisia e o poder destrutivo dessas instituições.

A música utiliza metáforas fortes, como “I twist the truth, I rule the world / My crown is called deceit” (“Eu distorço a verdade, eu governo o mundo / Minha coroa se chama engano”), para mostrar como a verdade é manipulada para manter o controle sobre as pessoas. A menção a Marte, o deus da guerra, em “For I am Mars, the God of war / And I will cut you down” (“Pois eu sou Marte, o deus da guerra / E eu vou te destruir”), reforça a ligação da letra com a violência e a destruição justificadas por causas supostamente nobres. Embora Lemmy não tenha se inspirado diretamente no “Orgasmatron” do filme “Sleeper”, o título acabou se encaixando perfeitamente na crítica à busca incessante por poder. Assim, “Orgasmatron” se destaca como um manifesto contra a manipulação e a opressão institucionalizadas, usando imagens marcantes para expor a face cruel dessas forças na sociedade.