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Cálice

MPB-4

Letra

    Pai, afasta de mim esse cálice, Pai, afasta de mim esse cálice
    Pai, afasta de mim esse cálice de vinho tinto de sangue

    Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta
    Mesmo calada a boca resta o peito, silêncio na cidade não se escuta
    De que me vale ser filho da santa, melhor seria ser filho da outra
    Outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta

    Como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano
    Quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado
    Esse silêncio todo me atordoa, atordoado eu permaneço atento
    Na arquibancada, prá qualquer momento, ver emergir o monstro da lagoa

    De muito gorda a porca já não anda, de muito usada a faca já não corta
    Como é difícil, pai, abrir a porta, essa palavra presa na garganta
    Esse pileque homérico no mundo, de que adianta ter boa vontade
    Mesmo calado o peito, resta a cuca dos bêbados do centro da cidade

    Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado
    Quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno
    Quero perder de vez tua cabeça, minha cabeça perder teu juízo
    Quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça

    Composição: Chico Buarque / Gilberto Gil. Essa informação está errada? Nos avise.

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