New Born

Reflexão sobre tecnologia e humanidade em “New Born”

“New Born”, do Muse, explora o impacto da tecnologia na sociedade e o medo da perda de individualidade. Logo no início, versos como “Link it to the world / Link it to yourself” (“Conecte isso ao mundo / Conecte isso a você mesmo”) já apontam para a preocupação com a integração global e a diluição da identidade pessoal. Matthew Bellamy, vocalista da banda, já afirmou que a música reflete o receio de uma evolução tecnológica tão rápida que pode levar à desumanização. Isso aparece claramente em versos como “Soulless is everywhere” (“A falta de alma está em toda parte”), que reforçam a ideia de alienação e vazio emocional causados pelo excesso de conexão digital.

A letra utiliza a metáfora do nascimento para ilustrar esse novo estado de existência. Trechos como “Stretch it like a birth squeeze” (“Estique como uma contração de parto”) e “Is growing like the new born” (“Está crescendo como um recém-nascido”) sugerem que esse processo de transformação ainda está no início, mas já traz consequências negativas, como o “bitterness inside” (“amargura interior”) que cresce nesse ambiente artificial. O pedido em “Destroy the spineless / Show me it's real” (“Destrua os sem espinha / Mostre-me que é real”) revela o desejo de romper com a apatia e buscar autenticidade em meio à superficialidade digital. A sonoridade intensa, inspirada em Philip Glass, reforça o clima de tensão e conflito, tornando “New Born” uma crítica à modernidade e um alerta sobre o risco de perder a humanidade diante do avanço tecnológico.