Todo Bem Tem Seu Preço

Reflexão sobre intenções e consequências em “Todo Bem Tem Seu Preço”

A música “Todo Bem Tem Seu Preço”, interpretada por Myra Ruiz no musical “Wicked”, retrata o momento em que Elphaba enfrenta uma crise profunda ao perceber que suas boas ações trazem consequências negativas. A letra destaca o conflito interno da personagem, especialmente quando ela se questiona: “Será que eu busquei o bem / Mas só pra ser aceita? / Será que ser do bem / É só um meio pra ganhar?”. Esses versos revelam a dúvida sobre a verdadeira motivação por trás de suas atitudes, sugerindo que até mesmo o desejo de fazer o bem pode ser influenciado por interesses pessoais ou pela necessidade de aprovação.

O contexto do musical reforça esse dilema. Elphaba, após várias tentativas frustradas de ajudar, sente que “tudo que passa pela minha mão vira maldição”, o que evidencia o peso emocional e social de tentar agir corretamente em um ambiente hostil. O refrão “Todo bem tem seu preço” sintetiza essa sensação de que fazer o bem pode exigir sacrifícios e não garante reconhecimento. A perda de Fiyero e a incompreensão dos outros levam Elphaba a abandonar seus esforços de bondade e assumir a identidade de “bruxa má”. O contraste entre o início da canção, marcado por esperança e desejo de proteção, e o desfecho, dominado pelo desespero, mostra como a busca pelo bem pode se transformar em um fardo quando não há retorno positivo. Assim, a música aprofunda a reflexão sobre as intenções humanas e o custo de escolhas éticas em um mundo imperfeito.