Passarin

Resistência e identidade em "Passarin" de NaBrisa

A música "Passarin" de NaBrisa utiliza a imagem do pássaro como símbolo de liberdade, resistência e autodescoberta diante das adversidades sociais. O verso “Liberte-me de mim, pra eu poder voar” expressa o desejo de superar limitações internas, enquanto “Cês não vão cortar minhas asas, nem travar minha ciranda” reforça a recusa em ser silenciada ou restringida por pressões externas. A letra é marcada por uma linguagem direta e confiante, refletindo a autenticidade da artista ao narrar sua trajetória e as dificuldades enfrentadas desde a infância, como em “Quando era piquinininha, quem me olhou foi dona Vanda / Almocei mingau com Fanta”, que remete à simplicidade e às raízes humildes.

Um dos trechos mais comentados, “Inferno é pra branco e pra preto / Cadeia tem branca e preta / Favela tem branco e preto / Rap é pra branco e pra preto”, gerou debates por sugerir uma igualdade racial que muitos consideram não condizer com a realidade brasileira. Apesar da intenção de mostrar que as dificuldades e o rap são universais, parte do público interpretou como uma minimização das desigualdades raciais. Ao longo da música, NaBrisa também destaca a superação e o orgulho, como em “Toda fome da minha casa, o rap sustentou no peito”, mostrando o rap como ferramenta de sobrevivência e afirmação. A fé aparece em “O dono do ouro e da prata, é o meu lindo Jesus”, indicando que a espiritualidade é uma fonte de força. No geral, "Passarin" transmite uma mensagem de resistência, autenticidade e busca por respeito diante de julgamentos e preconceitos.