Infernal

O amor intenso e transformador em “Infernal” de Nando Reis

A música “Infernal”, de Nando Reis, explora o amor como uma força arrebatadora, capaz de transformar completamente a vida do narrador. O uso da palavra “infernal” no refrão não se limita a um sentido negativo, mas expressa uma intensidade emocional tão forte que chega a ser desconcertante, como se o sentimento inaugurasse “a era do futuro” na vida de quem sente. Versos como “Eu juro, eu te amo desde que eu nasci” e “Procuro e não encontro nada igual” reforçam a ideia de um amor absoluto, que redefine todas as referências do narrador.

A letra traz imagens que ilustram essa transformação: o “criado-mudo” que “era onde cabe tudo” simboliza um espaço íntimo e seguro, mas que perde sua estabilidade diante do novo sentimento. O verso “o que era certo em ferro e chumbo, o que era reto, enxergo curvo” mostra como antigas certezas se tornam obsoletas diante da intensidade do amor. A menção ao “drops Dulcora”, um doce popular, sugere que o paraíso pode estar em detalhes simples e inesperados. No final, a inversão entre céu e chão reforça como o amor muda completamente a perspectiva do narrador, tornando o comum em extraordinário.

A atmosfera introspectiva e levemente melancólica da canção é ampliada pela instrumentação, especialmente pelos metais presentes na gravação ao vivo. Mesmo sem informações diretas sobre a inspiração da faixa, “Infernal” revela o impacto profundo e, por vezes, caótico do amor, capaz de subverter certezas e transformar o cotidiano em algo imprevisível e intenso.