Como Tú, Todas

A Dualidade do Amor e do Desapego em 'Como Tú, Todas' de Nanpa Básico

A música 'Como Tú, Todas' de Nanpa Básico explora a complexidade das relações amorosas e a dualidade entre o desejo e o desapego. A letra começa com uma declaração paradoxal: 'Como tú, todas / Como tú, ninguna', sugerindo que, embora a pessoa amada seja única, ela também é igual a todas as outras em certos aspectos. Isso estabelece um tom de ambivalência que permeia toda a canção.

Nanpa Básico utiliza metáforas e imagens vívidas para descrever a relação. Ele se refere a si mesmo como 'el cuerpo', destacando a natureza física e carnal do relacionamento, enquanto nega qualquer envolvimento emocional profundo ('Ni amor, ni fortuna'). As 'manos sucias' que 'te cogen en ayunas' e 'te suben sin miseria / Pa' que puedas ver la luna' evocam uma mistura de intimidade e crueza, sugerindo que, apesar de suas falhas, ele ainda proporciona momentos de êxtase e beleza.

A canção também aborda a autopercepção e a aceitação das próprias imperfeições. Nanpa Básico se descreve como 'la misma mierda / Desde que me conociste', reconhecendo sua constância em ser imperfeito. Ele também menciona que a parceira é atraída por seu 'rapper de los ojos tristes', indicando que há uma atração pelo seu lado melancólico e talvez problemático. A repetição de 'A estas alturas no reclames nada' reforça a ideia de que, apesar dos altos e baixos, a relação é o que é, sem espaço para reclamações ou mudanças.

'Como Tú, Todas' é uma reflexão honesta e crua sobre a natureza das relações amorosas, onde o desejo físico e a conexão emocional coexistem de maneira complexa e, muitas vezes, contraditória. Nanpa Básico nos convida a olhar para essas dualidades e a aceitar as imperfeições que fazem parte de qualquer relacionamento humano.