Velhas Cartas

Memórias e desilusão em "Velhas Cartas" de Nardel Silva

Em "Velhas Cartas", Nardel Silva utiliza objetos do cotidiano, como cartas antigas, flores e um canário mensageiro, para dar forma à saudade e à dor de um amor perdido. A música, com forte influência da tradição sertaneja, traz elementos simples que carregam grande carga emocional, reforçando a ligação entre o passado e o presente do eu lírico. As "antigas cartas guardadas que o tempo amarelou" representam lembranças de momentos felizes e promessas que não se cumpriram, tornando-se símbolos de uma nostalgia dolorosa.

A letra destaca como cada carta é um vestígio de sentimentos que já foram intensos, mas agora estão esquecidos, como no verso: “Cada letra é um suspiro que ficou no esquecimento”. A desilusão aparece de forma clara em “Só ficou a falsidade das juras que me escreveu”, mostrando o impacto das promessas não realizadas. O fim do relacionamento é simbolizado pela morte do canário e pelo perfume perdido da flor, indicando o término da comunicação e do encanto. No desfecho, a música enfatiza que restaram apenas “palavras tristes das velhas cartas esquecidas”, evidenciando como a esperança e a alegria deram lugar à melancolia e ao vazio.