
Amor Em Pó
Narguile Hidromecanico
“Amor Em Pó”: vício, festa e o vazio por trás do afeto
O título já dá a pista: “Amor Em Pó” funde cocaína e afeto, como se a paixão virasse algo para cheirar. Quando aparece “tô cheirando paixão” e se repete “Paixão, paixão”, a letra trabalha o duplo sentido — o “pó” é a droga e também um amor moído, instantâneo, consumido no ritmo da festa.
A narrativa alterna madrugada e manhã, sozinho e com a rapaziada. À noite, ele fuma “os camarão” (gíria para maconha de qualidade); de manhã, em grupo, “só fumo pó”. O refrão “Nóis fumo um / Nóis fumo dois / E guarda o outro...” em registro coloquial (“nóis fumo”, “voltemo”, “deixemo”) reforça rotina e naturalização do uso; a repetição vira mantra de consumo. Os efeitos aparecem sem filtro: “travado”, “cheirando”, “rangendo os dentes” sugerem estimulante e tensão corporal. Por baixo da euforia há desgaste afetivo: “só alegria da festa é o que me resta” confessa o vazio, enquanto “me suicido pra ressuscitar depois” traduz o ciclo binge-crash, morre e renasce a cada pico. Quando surge “Poesias já não valem mais nada / Parece que todos tem medo de amar”, a faixa desloca o foco do vício para um comentário de época: o amor desacreditado, trocado por anestesia rápida. Lançada em 1998, a música da Narguile Hidromecanico usa gírias como “camarão” e “pó” para dar cor local e escancarar um clima de festa que esconde carência e autossabotagem.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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