Calma Filho

“Calma Filho”: fé que reconstrói cacos e sustenta quedas

Lançada em alinhamento ao Setembro Amarelo, “Calma Filho” usa o consolo espiritual como gesto de prevenção. A voz divina que diz “Calma, filho!” aparece no ponto de ruptura e toma a imagem do “oleiro” que recolhe “cacos”. Composta por André Freire e lançada por Nathan Silva como single de estreia pela Graça Music, a canção constrói um diálogo em que Deus afirma ter escrito a “trajetória”, guardar “seus cacos” e ser “artista da reconstrução”. A metáfora do oleiro organiza os temas de cuidado e cura: “Sou oleiro, e entendo de cacos” e “Pode estar ferido / Mas eu estou sarando” apontam para um processo contínuo de restauração, no qual a fragilidade vira aprendizado e proteção. Ao dizer “Rachaduras vão além de uma fragilidade / Mostram alguém forte”, a letra recoloca a dor como evidência de resistência.

A narrativa segue alguém quebrado, observado pelo “inimigo” que soma derrotas e tenta decretar “morte de fé”, imagem que ecoa momentos-limite e conecta o lançamento ao foco do Setembro Amarelo em apoio espiritual nas crises. Deus contrapõe essa contagem com outra lógica: “Quanto mais prova, muito mais crente”, “Somo as quedas, como experiência / Somo histórias, como legado”, convertendo feridas em crescimento — “Feridas são experiências pra você crescer”. O refrão repete o cuidado ativo — “estou cuidando”, “estou sarando”, “não vou te abandonar” — até a virada de esperança: “O choro dura uma noite inteira / Mas teu sorriso de manhã, é o resultado”, ecoando a promessa bíblica de que a alegria retorna após o luto. No conjunto, a música apresenta uma fé prática e acolhedora: Deus recolhe cacos, protege rachaduras e reconstrói até que a esperança reapareça.