Mina

Empoderamento e identidade negra em “Mina” de Negra Li

Em “Mina”, Negra Li transforma gestos simples do dia a dia, como passar batom vermelho e soltar o cabelo, em símbolos de resistência e valorização da identidade negra. No verso “o Sol não parava de me olhar / Como se fosse o meu holofote particular”, a artista mostra como é possível ressignificar o olhar externo, muitas vezes carregado de julgamento, em fonte de autoestima e protagonismo. O álbum “Raízes”, do qual a música faz parte, reforça que essa valorização não é apenas individual, mas também coletiva, conectando-se à luta contra o racismo e à afirmação do papel da mulher negra na sociedade.

A letra incentiva a liberdade e a autoconfiança, especialmente ao afirmar: “Mina, não deixe ninguém te dizer / O que você pode fazer / Você que sabe o seu lugar”. Negra Li cita figuras importantes da representatividade negra, como Maju Coutinho, Érika Badu e Winnie Mandela, mostrando que é possível ser “sol como a América do Sul” ou “líder como Winnie Mandela”. Ao dizer “Viemos pra quebrar Tabu”, a música se coloca como um hino de empoderamento, convidando as mulheres a celebrarem sua individualidade e a não se limitarem pelos padrões impostos. A mensagem central é clara: ser mulher é ter orgulho da própria origem e beleza, podendo ser o que quiser.