scare myself

Vulnerabilidade e autossabotagem em “scare myself” de Nessa Barrett

A música “scare myself”, de Nessa Barrett, aborda de forma direta o ciclo de autossabotagem e pensamentos negativos, refletindo o histórico da artista com depressão e transtorno de personalidade borderline. O verso “Ain’t it kinda funny how / Nobody can cut me down / Like I can” (“Não é meio engraçado como / Ninguém consegue me derrubar / Como eu mesma consigo”) evidencia a autocrítica intensa, mostrando que o sofrimento mais profundo muitas vezes vem de dentro. Essa relação com a própria experiência de Nessa, que já falou abertamente sobre suas lutas internas, torna a canção ainda mais pessoal e impactante.

A letra traz metáforas como “monsters under my bed” (“monstros debaixo da minha cama”) e “shadows that follow me home” (“sombras que me seguem até em casa”) para ilustrar medos e ansiedades persistentes, representando pensamentos e traumas que acompanham a artista. O medo de que esses “monstros” sejam criações da própria mente reforça a sensação de isolamento e dúvida sobre a própria sanidade, algo comum em situações de saúde mental delicada. Trechos como “Paint my face 'cause the real me is pointless” (“Maquio meu rosto porque o verdadeiro eu não tem sentido”) e “Do my nails just to rip me to pieces” (“Faço minhas unhas só para me despedaçar”) mostram tentativas de mascarar a dor e a autodepreciação. Já “Leave me all alone with the voices / End up in the wrong kind of places” (“Me deixe sozinha com as vozes / Acabo em lugares errados”) sugere o risco de se perder em pensamentos destrutivos sem apoio externo. Assim, “scare myself” expõe de forma honesta a vulnerabilidade de quem enfrenta transtornos mentais diariamente.