'O Surdato' Nnammurato

Amor e saudade em tempos de guerra em “'O Surdato 'Nnammurato”

“'O Surdato 'Nnammurato”, interpretada por Netinho, retrata de forma direta a saudade e a esperança vividas por um soldado separado de sua amada durante a Primeira Guerra Mundial. Composta em 1915, a música reflete o contexto de incerteza e sofrimento do período, mostrando como o amor se torna a principal fonte de força para quem está longe de casa. Isso aparece claramente em versos como “Steje luntana sa stu core / E a te volu cu' 'o penziero” (Estou longe com este coração / E a ti vou com o pensamento), onde o soldado revela que, mesmo distante fisicamente, mantém a amada sempre presente em seus pensamentos.

O refrão “Oje vita, oje vita mia / Oje core 'e chistu core / Si' stata o primm'ammore / 'O primmo e ll'ultimo sarraje pe' me!” reforça o tom romântico e nostálgico, colocando a amada como centro da vida e da esperança do soldado. A repetição desses versos destaca a ideia de um amor único e insubstituível, que serve de refúgio emocional diante das dificuldades da guerra. A canção também ganhou importância cultural ao se tornar um símbolo de Nápoles, sendo adotada como hino não oficial pelos torcedores do S.S.C. Napoli, ampliando seu significado para além do amor romântico, como expressão de saudade e apego à terra natal. Além disso, trechos como “Scrive sempé e stá cuntenta: / Io nun penzo che a te sola! / Nun penziero mme cunzola: / Ca tu pienze sulamente a me...” mostram o desejo de reciprocidade e fidelidade, tornando a música um retrato universal da força dos laços afetivos em tempos de separação.