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Orgulho, poder e violência em “3” de Neton Vega

A música “3” de Neton Vega mergulha no universo do narcotráfico mexicano, trazendo referências diretas a “Jalisco” e “La Perla”, que reforçam o orgulho regional do narrador e situam a história em um dos principais centros desse cenário. Esses elementos não apenas contextualizam a letra, mas também evidenciam a ligação com a realidade violenta e hierárquica do tráfico. O verso “Siempre respaldo a mi padre, nunca voy a defraudarle” (“Sempre apoio meu pai, nunca vou decepcioná-lo”) destaca a lealdade familiar como valor central, mostrando que, mesmo em meio ao crime, existe um código de honra e respeito às origens, algo comum nos corridos tumbados.

A letra utiliza uma linguagem direta para descrever o cotidiano de um líder de cartel, evidenciando o controle sobre operações logísticas com frases como “Rutas, embarcos, camiones y aviones” (“Rotas, embarques, caminhões e aviões”). O status e o poder do narrador aparecem em menções a itens de luxo, como “Richard Mille en mi muñeca, Jacob pa' ocasión perfecta” (“Richard Mille no meu pulso, Jacob para a ocasião perfeita”). A disposição para a violência é clara em “Diez mil fierros truenan” (“Dez mil armas disparam”) e “No perdonamos, el que hace, la paga” (“Não perdoamos, quem faz, paga”). A referência a “drones y tostones, monstruos en la sierra” (“drones e metralhadoras, monstros na serra”) mostra o uso de tecnologia e força para manter o domínio. O tom desafiante e autossuficiente da música deixa claro que o poder é mantido a qualquer custo, exigindo vigilância constante e respostas implacáveis a ameaças.